quarta-feira, 22 de maio de 2013

Brasil precisa ensinar matemática bem e ter mais engenheiros, diz CNI


DA REDAÇÃO - UOL ECONOMIA - 21/05/2013 - SÃO PAULO, SP
No Brasil, a baixa qualidade da educação básica e das faculdades, e a pouca oferta de ensino profissionalizante atrapalham a inovação, a produtividade e a competitividade das empresas.
A avaliação consta do `Mapa Estratégico da Indústria 2013-2022`. O estudo foi realizado em nove meses pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), com participação de cerca de 500 representantes empresariais, e apresentado nesta terça-feira (21).
O documento faz uma análise dos desafios do país para a próxima década na área industrial e apresenta dez pontos que a CNI considera fundamentais para melhorar a produtividade e a competitividade.
Segundo o mapa, os resultados em termos de qualidade da educação não são condizentes com o volume de recursos investidos na área. O investimento em educação no Brasil representa 5,7% do PIB, percentual próximo ao de países como Holanda, França e Estados Unidos.
Na última avaliação do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos, realizado pela OCDE), em 2009, o Brasil ocupou a 54ª colocação, enquanto a Holanda ficou em 9º lugar, a França em 25º e os EUA em 26º.
A situação é pior quando o conteúdo avaliado é matemática, que coloca os alunos brasileiros na 57ª posição. . Esse estudo avalia alunos de 15 anos de idade.
Somente 15% dos jovens brasileiros acessam o ensino superior, o que equivale a 4 milhões de pessoas, sendo que a taxa de conclusão é de apenas 15,2% dos ingressantes, diz a CNI, citando dados do Senai de 2012).
Em2010, havia cerca de 10 milhões de graduados –10% da população adulta brasileira–, enquanto no Chile essa taxa é de 25% e, na média da OCDE, de 30%.
A falta de profissionais qualificados em determinadas áreas é um gargalo para a inovação, diz a CNI. Na graduação tecnológica, os números são considerados `baixíssimos`: apenas 0,16% da população entre 20 a 29 anos frequentavam um curso desse tipo em 2007, enquanto 11,26% das pessoas na mesma faixa frequentavam cursos de graduação regulares.
A CNI destaca a `escassez de engenheiros`, cuja atividade possui um impacto amplo sobre muitos setores e atividades, sobretudo para a indústria. Somente 5% dos graduados no Brasil formam-se em engenharia.
Enquanto o país tem dois graduados em engenharia para cada 10 mil habitantes, no Japão, são 10,2 e na China, 13,4. Além disso, há a questão da qualidade dos profissionais formados, sobretudo das universidades privadas, que é considerada baixa.


Maioria dos métodos de estudar para provas não funciona, diz estudo
DA BBC - G1 GLOBO.COM - 22/05/2013 - RIO DE JANEIRO, RJ

Os métodos favoritos de se preparar para provas escolares não são os que garantem os melhores resultados para os estudantes, segundo uma pesquisa feita por um grupo de psicólogos americanos.
Universidades e escolas sugerem aos estudantes uma grande variedade de formas de ajudá-los a lembrar o conteúdo dos cursos e garantir boas notas nos exames.
Entre elas estão tabelas de revisão, canetas marcadoras, releitura de anotações ou resumos, além do uso de truques mnemônicos ou testar a si mesmo.
Mas segundo o professor John Dunlosky, da Kent State University, em Ohio, nos Estados Unidos, os professores não sabem o suficiente sobre como a memória funciona e quais as técnicas são mais efetivas.
Dunlosky e seus colegas avaliaram centenas de pesquisas científicas que estudaram dez das estratégias de revisão mais populares, e verificaram que oito delas não funcionam ou mesmo, em alguns casos, atrapalham o aprendizado.
Por exemplo, muitos estudantes adoram marcar suas anotações com canetas marcadoras.
Mas a pesquisa coordenada por Dunlosky - publicada pela Associação de Ciências Psicológicas - descobriu que marcar frases individuais em amarelo, verde ou rosa fosforescente pode prejudicar a revisão.
`Quando os estudantes estão usando um marcador, eles comumente se concentram em um conceito por vez e estão menos propensos a integrar a informação que eles estão lendo em um contexto mais amplo`, diz ele.
`Isso pode comprometer a compreensão sobre o material`, afirma.
Mas ele não sugere o abandono dos marcadores, por reconhecer que elas são um `cobertor de segurança` para muitos estudantes.
Resumos e mnemônicos
Os professores regularmente sugerem ler as anotações e os ensaios das aulas e fazer resumos.
Mas Dunlosky diz: `Para nossa surpresa, parece que escrever resumos não ajuda em nada`.
`Os estudantes que voltam e releem o texto aprendem tanto quanto os estudantes que escrevem um resumo enquanto leem`, diz.
Outros guias para estudo sugerem o uso de truques mnemônicos, técnicas para auxiliar a memorização de palavras, fórmulas ou conceitos.
Dunlosky afirma que eles podem funcionar bem para lembrar de pontos específicos, como `Minha terra tem palmeiras, onde canta o sabiá, Seno A Cosseno B, Seno B Cosseno A`, para lembrar a fórmula matemática do seno da soma de dois ângulos: sen (a + b) = sena.cosb + senb.cosa.
Mas ele adverte que eles não devem ser aplicados para outros tipos de materiais: `Eles não vão te ajudar a aprender grandes conceitos de matemática ou física`.
Repetição
Então, o que funciona?
Somente duas das dez técnicas avaliadas se mostraram efetivas - testar-se a si mesmo e espalhar a revisão em um período de tempo mais longo.
`Estudantes que testam a si mesmos ou tentam recuperar o material de sua memória vão aprender melhor aquele material no longo prazo`, diz Dunlosky.
`Comece lendo o livro-texto e então faça cartões de estudo com os principais conceitos e teste a si mesmo. Um século de pesquisas mostra que a repetição de testes funciona`, afirma.
Isso aconteceria porque o estudante fica mais envolvido com o tema e menos propenso a devaneios da mente.
`Testar a si mesmo quando você tem a resposta certa parece produzir um rastro de memória mais elaborado conectado com seus conhecimentos anteriores, então você vai construir (o conhecimento) sobre o que já sabe`, diz o pesquisador.
`Prática distribuída`
Porém a melhor estratégia é uma técnica chamada `prática distribuída`, de planejar antecipadamente e estudar em espaços de tempo espalhados - evitando, assim, de deixar para estudar de uma vez só na véspera do teste.
Dunlosky diz que essa é a estratégia `mais poderosa`. `Em qualquer outro contexto, os estudantes já usam essa técnica. Se você vai fazer um recital de dança, não vai começar a praticar uma hora antes, mas ainda assim os estudantes fazem isso para estudar para exames`, observa.
`Os estudantes que concentram o estudo podem passar nos exames, mas não retêm o material`, diz.
`Uma boa dose de estudo concentrado após bastante prática distribuída é o melhor caminho`, avalia.
Então, técnicas diferentes funcionam para indivíduos diferentes? Dunlosky afirma que não - as melhores técnicas funcionam para todos.
E os especialistas acreditam que esse estudo possa ajudar os professores a ajudar seus alunos a estudar.