quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

BRASIL INVESTE EM EDUCAÇÃO PARA BRASILEIROS ESTUDAREM NO EXTERIOR

Presidente Dilma lança editais que darão 12,5 mil bolsas de estudo no exterior a universitários 
Ascom MEC - 13/12/2011 - Brasília DF 


A presidenta da República, Dilma Rousseff, lança nesta terça-feira (13/12), durante cerimônia no Palácio do Planalto, editais que vão selecionar 12,5 mil estudantes universitários de graduação para bolsas de estudo no exterior. Podem concorrer às bolsas alunos de universidades públicas e privadas. As bolsas fazem parte do Programa Ciência sem Fronteiras (CsF), que vai oferecer, até 2014, mais de 100 mil bolsas de estudos no exterior, em quatro anos, das quais 75 mil têm o apoio do governo federal e 26 mil da iniciativa privada. O beneficio se destina a estudantes e pesquisadores nas áreas de tecnologia e inovação, nas modalidades graduação-sanduíche, educação profissional e tecnológica e pós-graduação (doutorado-sanduíche, doutorado pleno e pós-doutorado). Decreto - Na mesma solenidade, a Presidenta assinará o decreto que regulamenta o programa Ciência sem Fronteiras, que nesta primeira fase vai beneficiar apenas estudantes de graduação, para instituições de ensino superior dos Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Itália e França. As oportunidades são em cursos de graduação na “modalidade sanduíche” (casos em que os estudantes cursam um ano no exterior) e a previsão é de que cada um dos países ofereça, para graduação, até 2014, 10 mil bolsas, sendo que para os Estados Unidos a previsão é de 18 mil.
Inscrições – O período de inscrições será de 13 de dezembro de 2011 a 15 de janeiro de 2012 e, para se candidatar às bolsas, os estudantes devem atender aos requisitos definidos por edital de seleção.  Primeiros selecionados – O primeiro edital do Programa Ciência sem Fronteiras já selecionou, em caráter experimental, candidatos para cursos de graduação na modalidade sanduíche em universidades norte-americanas. A chamada pública coordenada pela Capes, recebeu 7.007 inscrições. Mil e quinhentos candidatos foram selecionados e os primeiros 841 embarcam em janeiro de 2012. Os demais seguirão em julho de 2012 para curso de idioma. Atração de cientistas - Dois outros editais serão lançados na cerimônia desta terça-feira com o objetivo de trazer estrangeiros ou brasileiros que atuam no exterior. O primeiro, Atração de Jovens Talentos, busca atrair e estimular a fixação, no Brasil, de jovens pesquisadores residentes no exterior, preferencialmente brasileiros, que tenham destacada produção científica e tecnológica. O segundo, Pesquisador Visitante Especial (PVE), busca fomentar o intercâmbio e a cooperação internacional visando o fortalecimento das pesquisas em temas prioritários por meio de parceria com lideranças internacionais. O objetivo é trazer para o Brasil pesquisadores de alto nível, que se destacam na área onde atuam.
Tecnólogos – A chamada pública Curso Superior de Tecnologia Sanduíche no Canadá (Tecnólogo Sanduíche), voltada a estudantes de instituições da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica, permitirá a realização de estudos e estágio em instituições de ensino do Canadá. A seleção dos alunos será feita pelas instituições de destino. O candidato, depois de pré-selecionado pela instituição, deverá se inscrever no site do Programa Ciência sem Fronteiras, por meio do formulário on-line disponível no site www.cienciasemfronteiras.gov.br e enviar a documentação descrita no edital. Ciência sem Fronteiras – O Programa Ciência sem Fronteiras é uma iniciativa do Governo Federal que busca promover a consolidação, expansão e internacionalização da ciência e tecnologia, da inovação e da competitividade brasileira por meio do intercâmbio de alunos de graduação e pós-graduação e da mobilidade internacional. O programa é fruto de esforço do Ministério da Educação (MEC) e do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), por meio de suas respectivas instituições de fomento – Capes e CNPq –, e Secretarias de Ensino Superior e de Ensino Tecnológico do MEC.



Ciência sem Fronteiras manda primeiros 616 alunos para intercâmbio

Expectativa é melhorar o ensino superior no Brasil 
Agência Brasil

O aumento do número de estudantes brasileiros de graduação e pós-graduação no exterior e a maior presença de pesquisadores estrangeiros no Brasil, estimulados pelo Programa Ciência sem Fronteiras, deve repercutir na qualidade do ensino na universidade brasileira. Essa é a expectativa do governo que, hoje (13), anunciou a partida dos primeiros alunos de graduação das áreas de tecnologia e engenharia para a temporada de um ano nos Estados Unidos. Até agora, há 616 com vagas confirmadas. Para o presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Jorge Guimarães, já na volta desses estudantes, haverá “impacto na questão curricular”. Segundo ele, é comum, em outros países, uma carga horária de mais estudos e menos tempo em sala de aula. “Lá é pouca aula e muito estudo”, relatou. Guimarães calcula que a diferença se dá na proporção de 40 horas de aula no Brasil para 15 ou 16 horas de aula no exterior, por semana. A maior parte do tempo é preenchida com atividades em laboratório ou em biblioteca.
De acordo com o Índice Geral de Cursos (IGC), calculado pelo Ministério da Educação para mais de 2 mil instituições de ensino superior do Brasil, cerca de 20% das universidades públicas e 50% das universidades privadas têm desempenho insatisfatório. O presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Glaucius Oliva, também acredita que o Ciência sem Fronteiras possa alterar esse quadro, pois “tem efeito multiplicador” e “forçará” a rever o ensino. Ele lembra que as bolsas para jovens talentos e as bolsas para pesquisador visitante especial, a serem publicadas em editais conjuntos com as fundações estaduais de apoio e amparo à pesquisa, trarão quadros do interesse das universidades. 

Além disso, o programa trará efeito sobre a cultura do ensino. “O acesso à universidade expandiu-se nos últimos anos. Precisamos dar qualidade e expor os estudantes a um ambiente de inovação”, disse Oliva, à Agência Brasil, ao defender que “é possível fazer ciência e estar em ambiente produtivo. Eu quero que esses caras saiam para a indústria”. “A questão de ter o edital em fluxo contínuo significa que cada instituição pode se programar e definir as áreas estratégicas que deseja dar andamento nos próximos anos”, acrescenta o presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), João Luiz Martins. Para ele, a publicação de editais será “fundamental para consolidar áreas de conhecimento, melhorar redes e trabalhar algumas áreas estratégicas que a gente precisa de apoio externo”.
Na opinião da presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Helena Nader, “o Ciência sem Fronteiras transcende a oferta de bolsa e chama a atenção para a necessidade de internacionalizar as universidades”, diz referindo-se à exigência de que os candidatos estudem línguas estrangeiras, em especial o inglês. “Se o país quer ser competitivo, a língua inglesa tem que fazer parte da nossa cultura. O programa abre debate dentro das universidades brasileiras quanto à possibilidade de ter curso em língua inglesa”, observou Helena Nader.



segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

NOTÍCIAS

Educação a distância já responde por quase 15% das matrículas no ensino superior 
Agência Brasil

A educação a distância (EAD) já responde por 14,6% das matrículas de graduação no ensino superior do país, segundo dados do Censo da Educação Superior de 2010, divulgados no dia 7 de novembro de 2011 pelo Ministério da Educação (MEC). O número de estudantes em busca do diploma atingiu 6.379.299 alunos em 2.377 instituições de ensino superior, que oferecem 29.507 cursos. Segundo o ministro da Educação, Fernando Haddad, o crescimento da modalidade a distância só não é maior porque o governo está dando “um ritmo” para que a expansão não ocorra com prejuízo da qualidade. “Na década de 1990 nós tivemos um crescimento [na educação presencial] que não estava bem administrado e nós não queremos que o mesmo aconteça com a EAD. O que queremos é um crescimento sustentável”. Segundo ele, o percentual de matrículas na EAD no Brasil pode ser considerado baixo em relação a outros países em que a modalidade responde por mais da metade das matrículas. As matrículas continuam concentradas (74%) nas instituições privadas, mas houve um crescimento de 12% no número de alunos das escolas públicas. Entre as instituições públicas de ensino superior, as municipais respondem por 1,6% do total das matrículas, as estaduais por 9,4% e as federais por 14,7%. Haddad destacou que o número de formandos em 2010 (973 mil) é mais que o dobro do registrado em 2001. Também houve crescimento no número de ingressantes das universidades federais, de 143 mil para 302 mil no mesmo período. 
Apesar de as regiões Norte e Nordeste terem registrado um aumento do número de estudantes no ensino superior entre 2001 e 2010, o Sudeste ainda é responsável por 48,7% das matrículas. O Sul fica com 16,9%, o Centro-Oeste concentra 9,1% e o Norte e o Nordeste, 6,5% e 19,3%, respectivamente. Em 2001, representavam 4,7% e 15,2% do total. Nos cursos presenciais, 3,9 milhões de matrículas estão no bacharelado, 928 mil nas licenciaturas e 545 mil na modalidade tecnológica, de menor duração. Já na educação a distância, as matrículas de licenciatura são 426 mil, de bacharelado, 268 mil, e nos tecnológicos, 235 mil.