quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Profissionais de nível técnico podem ganhar mais que os de nível superior

Edney Silvestre - G1 Globo.com - 04/09/2012 - Rio de Janeiro, RJ

Os cursos técnicos podem ser uma ótima opção para quem ainda não escolheu que carreira seguir ou quer mudar de área. Uma pesquisa mostra que os salários em alguns setores da indústria são maiores do que os de profissionais com nível superior.
Vinicius Ferreira da Cruz é técnico em soldagem. Em uma multinacional, ele controla a qualidade da solda de tanques para fabricação de gases de acordo com as normas dos diversos países do mundo para onde a empresa exporta. Aos 27 anos, Vinicius já pode pensar em se casar, como queria há um bom tempo. Ele ganha hoje três vezes mais do que quando era caldeireiro, seis anos atrás. O salário de Vinicius não é exceção.
Um estudo do Senai mostrou que trabalhadores de muitas áreas técnicas ganham mais do que profissionais com diploma universitário, como médicos, advogados, analistas de sistemas e desenhistas industriais. Segundo o levantamento do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, a remuneração média de começo de carreira para trabalhadores de 21 ocupações técnicas é de R$ 2.085,57.
Em Pernambuco, chega a R$ 2.545. É superior ao recebido de médicos recém-formados. Em Goiás, ultrapassa o de novos advogados: R$ 2.465. Em São Paulo, chega a R$ 2.838, superior ao de desenhistas industriais e analistas de sistemas. O que mudou a vida de Vinicius foi um curso técnico.
“Foi quando aqueceu a indústria naval e eu percebi que a área de soldagem era muito carente. Eu optei por fazer o curso técnico de soldagem devido à carência da área”, explica o técnico em soldagem.
Com a mesma esperança, jovens estudam 20 horas por semana em um curso técnico. Será assim por dois anos e meio.
“Meu foco inicial é terminar o meu curso técnico, arrumar um emprego na área, e posteriormente dentro da indústria, quando eu já tiver lá dentro, direcionar para outra área, alguma coisa que seja dentro do que a indústria pede”, conta Fabio Merathi de Medeiros, técnico de informática.
Pelo futuro como técnico, Diego vai deixar de lado uma carreira militar.
“O Brasil hoje em dia necessita muito dessa mão de obra. Muitas grandes empresas estão procurando e tentando resgatar o máximo desses alunos pra poder incluir no mercado de trabalho”, diz Diego da Silva Sales, militar.
Eles sairão daqui técnicos em automação industrial com salário inicial em torno de R$ 2.400. Ainda são raridade. “A nossa estrutura é fortemente voltada para a educação regular e não para a educação profissional. Na Alemanha, dos jovens entre 15 e 19 anos, 53% tem educação profissional. No Brasil, esse número é apenas de 6,6%”, diz o diretor-geral Senai, Rafael Lucchesi.
Muito requisitados, profissionais como Vinicius podem alcançar aumentos de até 160% do salário inicial. No momento, existem no Brasil dois milhões e 400 mil trabalhadores com nível técnico. E quem tem 10 anos de experiência está ganhando, em média, R$ 5.690. Ou seja, mais de nove salários mínimos.
“O fundamental é levar essa informação para a juventude. Que ela pode, sim, apostar na educação profissional na sua visão de carreira futura”, aponta o diretor-geral Senai.

Pra que serve isso tudo?

Coluna Livre - Portal Aprendiz - 03/09/2012 - São Paulo, SP

Há anos se escuta que o papel da escola na chamada “era da informação” não é mais informar o aluno, mas formá-lo. Seria ocioso empanturrar o educando de conhecimentos, muitos dos quais ele já obtém por outros meios, em especial a internet; o que interessa acima de tudo é lhe dar a capacidade de filtrar os conteúdos para o resto da vida, ficando com o que tem valor.
Não cabe aqui entrar na complicada questão da confiabilidade das informações a que os estudantes têm fácil acesso hoje, embora o tema exija reflexão cuidadosa e urgente nos meios pedagógicos. Cabe, porém, o alerta de que, se a capacidade de selecionar criteriosamente informações evita, por um lado, que o aluno fique atordoado em meio a uma variedade de fontes de conteúdo, não impede, por outro, que termine por se perder num emaranhado de elementos desconexos dentro da própria cabeça. É a velha questão que o estudante, em alguma fase do seu amadurecimento, acabará por colocar: “Mas pra que serve isso tudo”? Ele seleciona os dados que importam, mas os pedaços soltos não se encaixam naturalmente, não se harmonizam, não convergem para nada.
O colégio raramente vai dar uma resposta para essa indagação ou ajudar o aluno a encontrá-la. Pelo contrário: vai provavelmente dificultar a montagem do quebra-cabeça mental, com uma profusão de ensinamentos fragmentados e muitas vezes contraditórios. Em português, por exemplo, é grande a chance de a criança ser acostumada à ideia de que, como a língua é um processo ininterrupto de transformação, não existe erro em matéria de idioma, e sim padrões distintos de expressão, todos igualmente aceitáveis. Já na matemática e nas demais disciplinas que envolvem cálculo, sai a relativização do certo e do errado e entra um cortejo de fórmulas estanques consagradas pela autoridade da ciência. As correntes elétricas, ao contrário da regência dos verbos, não admitem interpretações subjetivas.
É natural, claro, conviver com uma certa confusão de informações. O adulto também não consegue encaixar perfeitamente todas as peças do quebra-cabeça que o irá acompanhar até o fim da vida. Nem o professor consegue. O adolescente, aliás, é naturalmente obrigado a passar por uma imersão no caos para poder começar a assumir a responsabilidade pela própria vida. Alguma ordem, porém, precisa existir. Se a escola não der ao aluno a capacidade de integrar as informações desconexas numa visão abrangente, com um mínimo de coerência e harmonia ? e ela normalmente não dá ?, ele vai buscar por conta própria, onde puder, a integração dos conhecimentos. Provavelmente vai tomar emprestado do meio social em que vive algum arremedo de visão de mundo, que será mais confusa quanto mais desordenado for esse meio social.
Às universidades, como a própria palavra já indica, caberia, tal qual já coube em outros tempos, dar ao estudante uma compreensão universal da gama de informações que ele acumulou ao longo dos anos. Mas, de modo geral, elas abdicaram dessa responsabilidade há décadas, transformando-se em meras escolas profissionalizantes que mal preparam os alunos para as exigências do mercado de trabalho. E não dão o menor sinal de que vão mudar.
A conclusão inevitável é que é preciso, antes de o aluno deixar o ensino médio, ajudá-lo a filtrar informações e integrá-las numa concepção de mundo mais ou menos coerente. Não se trata de doutrinação. Trata-se de lhe dar condições de juntar as peças, de procurar conscientemente sua própria concepção de mundo, o que faz parte do desenvolvimento de uma inteligência autônoma. Formar o educando além de informar, um mantra dos estabelecimentos de ensino, não se consegue sem a indispensável integração dos saberes, fundamento da boa educação.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Marketing Internacional
Palestrante: Dr. Tito Carvalho - Universidade Fernando Pessoa e Universidade Lusófona - Portugal

Mesa Redonda: Mundo Global, Conhecimento Glocal.
Membros: Dr. Tito Carvalho - Mediador - Universidade Fernando Pessoa e Universidade Lusófona - Portugal
                  Prof. Ms. Anna Cecília - Professora da AESGA e Doutoranda na Universidade de Aveiro - Portugal.
                  Prof. Esp. Izabela Lea Valente - Secretária Executiva do Grupo Votorantim e Doutoranda em Ciências Empresariais da Universidade Fernando Pessoa - Portugal.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Confira o ranking das melhores e piores universidades e faculdades de cursos a distância no país


Do UOL, em São Paulo
05/06/2012
Ranking de associação ajuda estudante a escolher instituições com cursos superiores a distância

A ABE-EAD (Associação Brasileira dos Estudantes de Ensino a Distância) divulgou o ranking das instituições de ensino superior particulares que oferecem cursos a distância.
As faculdades, centros universitários e universidades receberam notas de 1 a 5, em que 1 é péssimo; 2, ruim; 3, razoável; 4, bom; e 5, ótimo.
As instituições particulares são responsáveis pela oferta de 80,5% das matrículas em cursos superiores a distância e, em alguns casos, como marketing ou tecnologia da informação, detêm 100% dos alunos.
O ranking foi elaborado a partir de entrevistas de 16.200 estudantes de graduações a distância de 67 instituições de ensino superior. “Relatamos o ponto de vista do estudante. Estamos preocupados com o grau de satisfação do aluno e se ele está aprendendo”, afirma Ricardo Holz, presidente da ABE-EAD. Esta é a quarta edição da pesquisa.

Veja o ranking abaixo:

INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR
UF
Conceito
Aiec (Associação Internacional de Educação Continuada)
DF
5
Centro Universitário Uniseb
SP
5
Cesumar (Centro Universitário Maringá)
PR
5
Ceuclar (Centro Universitário Claretiano)
SP
5
FGV online (Fundação Getúlio Vargas)
SP
5
Grupo Educacional Uninter
PR
5
Pontífica Universidade Católica (MG)
MG
5
Pontífica Universidade Católica (RJ)
RJ
5
Pontífica Universidade Católica (SP)
SP
5
Uniasselvi (Centro Universitário Leonardo da Vinci)
SC
5
Unisul (Universidade do Sul de Santa Catarina)
SC
5
Universidade Metodista de São Paulo
SP
5
Unopar (Universidade Norte do Paraná)
PR
5
CBTA (Faculdade de Tecnologia de Rio Claro)
SP
4
FGF (Faculdade Integrada da Grande Fortaleza)
CE
4
Grupo Educacional Opet
PR
4
UCB (Universidade Católica de Brasília)
DF
4
UCDB (Universidade Católica Dom Bosco)
MS
4
UCS (Universidade de Caxias do Sul)
RS
4
Unaerp (Universidade de Ribeirão Preto)
SP
4
Unifacs (Universidade Salvador)
BA
4
Unijorge (Centro Universitário Jorge Amado)
BA
4
Unijuí (Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul)
RS
4
Unisa (Universidade de Santo Amaro)
SP
4
Unisinos (Universidade do Vale do Rio dos Sinos)
RS
4
Unit (Universidade Tiradentes)
SE
4
Universo (Universidade Salgado de Oliveira)
RJ
4
AVM (A Vez do Mestre Faculdade Integrada)
RJ
3
Centro Universitário Newton Paiva
MG
3
Facam (Faculdade do Maranhão)
MA
3
Facel (Faculdade de Administração, Ciências, Educação e Letras)
PR
3
Fael (Faculdade Educacional da Lapa)
PR
3
Fares (Faculdade Roraimense de Ensino Superior)
RR
3
Fead (Faculdade de Estudos Administrativos de Minas Gerais)
MG
3
Feevale (Centro Universitário Feevale)
RS
3
FFCL (Faculdade de Filosofia Ciência e Letras e Ituverava)
SP
3
Finom (Faculdade do Noroeste de Minas)
MG
3
FTBP (Faculdade Teológica Batista do Paraná)
PR
3
Fumec (Fundação Mineira de Educação e Cultura)
MG
3
Ined (Instituição de Educação a Distância)
SP
3
Insep (Faculdade Instituto Superior de Educação do Paraná)
PR
3
Sociesc (Sociedade Educacional de Santa Catarina)
SC
3
UNC (Universidade do Constestado)
SC
3
Unesa (Universidade Estácio de Sá)
RJ
3
Uniararas (Centro Universitário Hermínio Ometto)
SP
3
Uniceuma (Centro Universitário do Maranhão)
MA
3
Uniderp (Universidade Anhanguera)
MS
3
Unifran (Universidade de Franca)
SP
3
Unigran (Centro Universitário da Grande Dourados )
MS
3
Unincor (Universidade do Vale do Rio Verde)
MG
3
Unipar (Universidade Paranaense)
PR
3
Unis (Centro Universitário do Sul de Minas)
MG
3
Uniube (Universidade de Uberaba)
MG
3
Univali (Universidade do Vale do Itajaí)
SC
3
Universidade Anhembi Morumbi
SP
3
Universidade Braz Cubas
SP
3
Universidade da Amazônia
PA
3
Universidade Potiguar
RN
3
Universidade Veiga de Almeida
RJ
3
Unoesc (Universidade do Oeste de Santa Catarina)
SC
3
FAPI (Faculdade de Pinhais)
PR
2
FTC (Faculdade de Tecnologia e Ciências)
BA
2
UCB (Universidade Castelo Branco)
RJ
2
Unar (Centro Universitário de Araras Dr. Edmundo Ulson)
SP
2
Unicid (Universidade Cidade de São Paulo)
SP
2
Unimes (Universidade Metropolitana de Santos)
SP
2
Unip (Universidade Paulista)
SP
2
Ulbra (Universidade Luterana do Brasil )
RS
1

Fonte: Pesquisa Abe-EAD 2011

Metodologia
Foram entrevistados 5% dos estudantes das instituições de ensino superior, até o limite de 500 entrevistas por instituição. Os dados das faculdades, centros universitários e universidades foram extraídos do MEC (Ministério da Educação), do Censo EAD 2010, realizado pela Abed (Associação Brasileira de Ensino a Distância) e das próprias instituições.
As questões e as opções foram apresentadas aos estudantes de todo o país, entre os meses de maio e setembro de 2011. A coleta dos dados ocorreu presencialmente nos polos de apoio e por telefone. Todas as instituições tiveram alunos ouvidos pelos dois meios.
A Abed mantém contato com a ABE-EAD e não contesta a realização do ranking. O Inep (Instituto nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), do MEC (Ministério da Educação), não avalia cursos a distância.

OS 30 CURSOS SUPERIORES DE EAD MAIS PROCURADOS NO PAÍS


Cursos
Total
Pedagogia
273.248
Administração
128.186
Serviço social
74.474
Competências gerenciais
45.880
Ciências contábeis
40.936
Gestão de pessoal / recursos humanos
35.486
Administração pública
34.611
Formação de professor de língua/literatura vernácula (português)
28.591
Formação de professor de matemática
23.328
Formação de professor de biologia
19.087
Gestão logística
19.051
Gestão ambiental
18.721
Formação de professor de história
17.919
Mercadologia (marketing)
16.056
Formação de professor de língua/literatura estrangeira moderna
14.654
Análise e Desenvolvimento de Sistemas (Tecnólogo)
11.278
Tecnologia da informação
10.156
Gestão financeira
9.593
Formação de professor de geografia
9.495
Produção industrial
7.602
Formação de professor de língua/literatura vernácula e língua estrangeira moderna
6.876
Formação de professor de física
5.871
Saúde e segurança no trabalho
5.674
Gestão de comercio
5.561
Segurança pública
5.290
Negócios internacionais
4.336
Formação de professor de química
4.309
Sistemas de informação
4.216
Negócios imobiliários
3.892
Formação de professor de artes visuais
3.663

Fonte: MEC/INEP/DEED
FAMOSOS QUE ESTUDARAM VIA EAD


Nelson Mandela, ex-presidente sul-africano, responsável pelo fim do apartheid
Enquanto estava na cadeia, estudou direito na Universidade de Londres. É o aluno de EAD mais famoso do mundo.

Arnold Schwarzenegger, ator e ex-governador da Califórnia
Schwarzenegger conseguiu seu diploma em marketing internacional e administração em 1979, pela Universidade de Winsconsin, graças a um programa de estudos por correspondência, que mais tarde se tornou on-line.

Marina Silva, ambientalista, ex-senadora e ex-candidata à Presidência pelo PV
Analfabeta até os 16 anos, fez o ensino médio graças ao Telecurso 2000, um projeto de educação pela TV. Mais tarde, licenciou-se em história pela Universidade Federal do Acre, no modo presencial.

James Franco, ator americano
Por causa da carreira de ator, James Franco havia abandonado a UCLA (University of California, Los Angeles). Mas, por meio do programa de EAD da instituição, obteve o diploma de graduação e está terminando o doutorado em língua inglesa.

Hilary Duff, atriz americana
Ao declarar em seu blog, em 2005, que havia começado a estudar em Harvard, provocou desconfiança de muitos e comentários maldosos de outros estudantes de instituição. Mas era verdade: a atriz cursou um programa a distância da universidade.

Charles Dickens, escritor britânico, autor de "Oliver Twist"
Aos 12 anos, o escritor precisou largar a escola para trabalhar como operário. Mas era um autodidata e nunca deixou de estudar. Iniciou os estudos a distância na Universidade de Londres, que Dickens descrevia como "universidade do povo", por atender a classe trabalhadora.

Jessica Alba, atriz americana
Aos 16 anos, optou por terminar o ensino médio a distância, pela Escola Americana de Estudos Independentes. Foi uma forma de conciliar os estudos com a carreira de atriz.

Juscelino Kubitschek, presidente do Brasil entre 1956 e 1961, responsável pela construção de Brasília
Sem dinheiro para terminar o "secundário" (que corresponde ao atual ensino médio), estudou a distância na biblioteca de Diamantina (MG), para depois prestar os exames oficiais em Belo Horizonte. Com diploma na mão, foi estudar medicina.

Shaquille O'Neal, ex-jogador de basquete da NBA
Após encerrar sua carreira de atleta, O'Neal cursou um MBA na modalidade a distância na Universidade de Phoenix. Ele diz que seu diploma solidifica seu novo papel como homem de negócios.

Steven Spielberg, diretor de cinema e de séries de TV
Em 1965, Spielberg havia iniciado uma graduação na CSULB (California State University Long Beach), mas acabou abandonando o curso. Completou o bacharelado em artes apenas em 2002, fazendo a distância as matérias que faltavam.

MEC vai criar 2.500 vagas em cursos de medicina até 2014


FÁBIO TAKAHASHI - FOLHA DE SÃO PAULO - 05/06/2012 - SÃO PAULO, SP
O Ministério da Educação anunciou ontem a criação de cerca de 2.500 vagas nos processos seletivos para medicina, o que representa um aumento de 15% na área.
Cerca de 2.000 novos postos serão oferecidos em universidades federais e outros 500 em particulares.
A ampliação começará no segundo semestre e se estenderá até 2014. Ainda não foram divulgadas quais escolas participarão do processo.
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, diz que todas as regiões terão novas vagas, mas a prioridade serão áreas carentes, principalmente do Norte e Nordeste.
Desde a gestão Lula a abertura de postos em cursos de medicina tem sido freada. O CFM (Conselho Federal de Medicina) diz que já há profissionais demais no país.
Agora, o governo Dilma afirma que os dados mostram ser necessário aumentar o número de médicos formados.
No caso das federais, haverá investimento direto da União. Já para as particulares haverá liberação de pedidos de abertura de postos que estavam parados no governo.
NÚMERO DE MÉDICOS
Em apresentação ontem no instituto Inspirare, em São Paulo, Mercadante disse que há 1,8 médico para cada mil habitantes no Brasil, número abaixo dos EUA (2,4), Reino Unido (2,7) e Uruguai (3,7).
A expansão prevê ampliação de cursos (desde que não ultrapasse 12% de crescimento) e abertura de escolas.
A medida foi criticada pelo vice-presidente do CFM, Carlos Vital. Para ele, o país já é um dos recordistas em número de escolas médicas.
`Em qualquer área, se há mais mão de obra do que procura, há aviltamento das condições de trabalho, o que seria um risco à população.`
Ele diz que o governo deveria se concentrar em qualificar as escolas já existentes.
O ministro rebateu a crítica dizendo que só haverá expansão em faculdades de qualidade e onde haja estrutura para residência médica.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Diretor de Harvard apresenta biblioteca digital gratuita

FOLHA DE SÃO PAULO - PORTAL APRENDIZ - 30/05/2012 - SÃO PAULO, SP
O historiador americano Robert Darnton, 73, professor da Universidade Harvard (EUA) e diretor da biblioteca da universidade, participou ontem de seminário para jornalistas na Folha.
No encontro, Darnton -que veio ao Brasil para o 4º Congresso Internacional Cult de Jornalismo Cultural- falou sobre o projeto de criação de uma biblioteca digital americana, com acesso mundial e gratuito, que deve entrar no ar em abril de 2013.
“É uma oportunidade inédita de compartilhar nossa riqueza de conhecimento.”
Filho de jornalistas e graduado em Oxford, no Reino Unido, ele é especialista em Revolução Francesa e na história do livro e da imprensa.
Entre seus trabalhos mais conhecidos estão “O Iluminismo como Negócio” (1987) e “Os Best-Sellers Proibidos da França Pré-Revolucionária” (1996), lançados no país pela Companhia das Letras.
Leia, a seguir, trechos de sua conversa com os jornalistas da Folha.
JORNALISMO IMPRESSO
Venho de uma família de jornalistas. Meu pai, minha mãe, eu e meu irmão trabalhamos no “New York Times”. Meu pai morreu no Pacífico cobrindo a Segunda Guerra. Eu não o conheci, tinha três anos.
Comecei minha carreira cobrindo crimes. Na época se dizia: “Se você consegue cobrir assuntos policiais, pode cobrir [os da] Casa Branca”.
A grande questão na vida de um repórter é como narrar uma história em 500 palavras. Ele acaba transmitindo sua experiência. Não vejo notícias como realidade, mas como histórias sobre a realidade.
INTERNET
Nos EUA a mudança é profunda. Quase toda semana um jornal morre. A maior parte da receita publicitária do “The New York Times”, por exemplo, vinha dos classificados. Quase todos esses anúncios estão on-line. Mas acho que os grandes sobreviverão. A questão é descobrir um modelo de financiamento.
O trabalho do repórter também mudou. Continuo achando que o contato pessoal de um repórter com a fonte ou o acontecimento faz uma diferença enorme. Não adianta reproduzir o que está no Twitter ou nos blogs.
BIBLIOTECA DIGITAL
Quando o Google decidiu que queria digitalizar livros, procurou Harvard primeiro, pois é a maior biblioteca universitária do mundo. O Google fez lobby com outras universidades. Eles queriam digitaliza qualquer livro, não só os de domínio público. Criaram uma base de dados gigante de livros cobertos por direitos autorais. A ideia era vender acesso às obras, a um preço que eles próprios estipulariam. Não era algo legal.
No final, o acordo foi vetado pela Justiça, que o viu como uma tentativa de monopólio.
Nesse meio tempo, convidei os dirigentes de bibliotecas para criarmos uma versão digital com milhões de livros, como o Google, mas gratuita.
Acabamos conseguindo financiamento de fundações privadas americanas -muitas vezes elas funcionam melhor do que o governo. Em abril, entra no ar uma enorme biblioteca digital que qualquer um no mundo poderá acessar sem gastar um tostão. Criar essa plataforma para partilhar conhecimento, sem empresas, está sendo a maior oportunidade da minha vida.
Os direitos autorais são um tema sensível. Teoricamente só poderemos disponibilizar obras anteriores a 1923, pois estas estão em domínio público. São 2 milhões, o que não é pouco. As demais precisam ser negociadas com os detentores dos direitos, e estamos estudando alternativas.
AMÉRICA LATINA
Hoje os olhos dos americanos estão voltados para a América do Sul e a Ásia. A nova geração está aprendendo espanhol e mandarim. Não acho que a cultura europeia tenha se exaurido de vez, mas há ventos de mudança, e a vitalidade dos dois continentes tende a ganhar influência.
FUTURO DO LIVRO
As pessoas dizem que os livros e as bibliotecas estão obsoletos. É loucura: temos mais pessoas hoje nas nossas bibliotecas do que nunca. Se o aluno tem que escrever um trabalho e fazer uma pesquisa, claro que ele usa o Google e a Wikipedia. Mas não basta. Ele procura um bibliotecário. Os bibliotecários desenvolveram uma nova função, que é guiar pelo ciberespaço.
As estatísticas contrariam aqueles que dizem que o livro impresso está acabando. Na China, a produção dobrou em dez anos. Em 2009 o planeta atingiu uma marca histórica de 1 milhão de novos títulos impressos no ano. Acho que os livros impressos e on-line não estão em guerra, são suplementares.

Filosofia do Direito passa a ser cobrada no exame da OAB em 2013

DA REDAÇÃO - TERRA EDUCAÇÃO - 30/05/2012 - SÃO PAULO, SP

A partir do primeiro exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de 2013, conteúdos da Filosofia do Direito passarão a ser cobrados na primeira fase da prova. Serão incluídas no exame duas questões sobre os ramos de Ética e Hermenêutica da Filosofia do Direito.
A mudança foi acolhida pelo Conselho Federal da OAB a partir de uma proposição da Coordenação do Exame de Ordem Unificado. A sugestão foi feita por diversos coordenadores de cursos de direito no País.
Segundo a OAB, o principal argumento em favor da implantação da Filosofia do Direito no conteúdo programático do exame é de que o mundo atual exige cada vez mais a formação de um advogado que não seja mero repetidor de leis e normas, e sim um profissional capaz de interpretar as normas - caso de que cuida a Hermenêutica - e que possua conduta reta e adequada o que é tratado pela Ética.
O conteúdo do programa que passará a ser exigido será divulgado posteriormente.